Afantasia: saiba como é viver sem imagens mentais

Afantasia: quando a mente não consegue ver imagens mentais

Para algumas pessoas, pensar em uma paisagem ou no rosto de alguém não traz nenhuma imagem.

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afantasia
Fonte: Freepik

Já imaginou como seria viver sem conseguir visualizar imagens na sua mente? Pois é, pode até parecer estranho, mas essa é a realidade de quem tem afantasia, uma característica que influencia a habilidade de formar representações visuais na mente.

A afantasia não é algo que todo mundo conhece, mas ela pode explicar por que algumas pessoas têm mais dificuldade para descrever cenas ou memorizar detalhes visuais. Apesar de não ser um problema de saúde, ela nos faz refletir sobre como a mente humana é complexa e diversa.

O que é afantasia?

Afantasia consiste em uma característica que influencia a habilidade de formar imagens na mente. Dessa forma, indivíduos com essa característica não possuem habilidade de visualizar mentalmente situações, expressões faciais ou itens, mesmo ao tentar.

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Inclusive, isso não quer dizer que elas sejam incapazes de descrever ou recordar algo, mas a vivência se apoia mais em ideias do que em representações visuais. Alguém com afantasia pode, por exemplo, conhecer as características de uma maçã, mas não consegue ‘visualizá-la’ mentalmente.

Certamente, a condição varia de pessoa para pessoa: algumas não visualizam nada, enquanto outras têm imagens enfraquecidas ou fragmentadas. Apesar de pouco conhecida, não é uma doença, mas uma diferença na forma como a mente organiza e interpreta dados.

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Como afeta o dia a dia?

Quem tem essa condição pode sentir mais dificuldade para lembrar de rostos ou detalhes visuais de lugares, por exemplo. Inclusive, a memória não se torna menos eficiente, mas funciona de modo peculiar, baseando-se mais em narrativas ou experiências emocionais

No trabalho ou nos estudos, algumas tarefas que dependem de visualização, como desenhar ou planejar layouts, podem ser mais desafiadoras. Por outro lado, alguns indivíduos desenvolvem habilidades compensatórias, como uma memória verbal mais forte ou uma maior capacidade de raciocínio lógico.

Até mesmo atividades simples, como ler um livro, apresenta-se de forma diferente. Enquanto alguns imaginam cenas inteiras, quem tem afantasia se concentra mais nas emoções e nas descrições textuais. Apesar dessas diferenças, a condição não impede ninguém de viver uma vida plena.

Afantasia x hiperfantasia

Afantasia e hiperfantasia representam dois extremos da capacidade de visualização mental. A primeira é a dificuldade ou incapacidade de formular imagens com a mente, já a hiperfantasia é o oposto. Ou seja, a habilidade de visualizar cenas com riqueza de detalhes, quase como se fossem reais.

Sem dúvida, essas diferenças mostram como a mente humana pode funcionar de maneiras tão distintas. Pessoas com hiperfantasia conseguem, por exemplo, imaginar paisagens, rostos ou objetos com cores, texturas e movimentos extremamente vívidos.

Para elas, a leitura de um livro pode se transformar em um filme mental detalhado. Ao passo que quem tem afantasia experimenta o mundo de forma mais conceitual, sem essas imagens, o que não significa uma experiência menos rica, apenas diferente.

Curiosamente, ambas as condições trazem vantagens e desafios. Visualizar demais pode ser incrível para atividades criativas, como arte ou design, mas também pode tornar mais difícil filtrar informações visuais excessivas.

Não ter a habilidade de ver imagens mentais, por sua vez, pode facilitar o foco em tarefas que não dependem de imagens, como raciocínio lógico ou análise de dados. Cada mente funciona de um jeito único e isso é o que torna a vida tão interessante.

Causas e origens

Em alguns casos, parece estar ligada a diferenças neurológicas, como o modo como o cérebro interpreta e organiza dados visuais. Outras vezes, pode estar relacionada a fatores genéticos, já que há relatos de famílias com mais de um indivíduo afetado.

Além disso, a afantasia pode surgir após traumas ou lesões cerebrais, embora algumas pessoas já nasçam com essa característica. Dessa forma, ela não é necessariamente algo adquirido, mas uma variação natural da cognição humana.

Sendo assim, estudar as causas dessa condição ajuda a entender melhor como o cérebro funciona e por que algumas pessoas experienciam o mundo de maneira tão diferente. Apesar das incógnitas, cada descoberta nos aproxima de compreender ainda mais a mente humana.

Como impacta a memória e a criatividade?

A afantasia pode influenciar a memória e a criatividade de maneiras que muitas pessoas nem imaginam. Quem tem essa condição pode achar mais difícil lembrar de detalhes visuais, como rostos ou cenários. Todavia, não quer dizer que a memória seja ruim.

Em vez disso, a memória pode se apoiar mais em narrativas, emoções ou ideias abstratas. No campo da criatividade, não representa uma barreira. Diversos indivíduos com essa característica exploram meios diferentes de se expressar, como a escrita, a produção musical ou o pensamento analítico.

Inclusive, a falta de imagens mentais pode até ajudar a focar em ideias abstratas ou soluções inovadoras, sem distrações visuais. Além disso, não ter essa habilidade mostra que a criatividade não depende apenas da capacidade de visualizar.

Artistas, escritores e cientistas com essa condição provam que é possível criar e inovar de outras formas. Afinal, a mente humana é adaptável e a afantasia consiste em um exemplo fascinante de como ela encontra meios singulares para funcionar.

E os sonhos?

Muitas pessoas com afantasia relatam que, mesmo sem conseguir visualizar imagens mentais acordadas, ainda experimentam sonhos visuais durante o sono. Isso sugere que os mecanismos cerebrais envolvidos nos sonhos são diferentes dos usados na imaginação consciente.

Entretanto, a intensidade e a clareza desses sonhos podem variar. Alguns descrevem sonhos mais fragmentados ou menos vívidos. Ao passo que outros têm experiências tão ricas em detalhes quanto pessoas sem essa condição.

Essa diferença mostra como a mente pode funcionar de formas incríveis, dependendo do estado de consciência. Curiosamente, ao acordar, quem tem afantasia pode não conseguir ‘ver’ as imagens dos sonhos, mas ainda lembra delas de forma descritiva ou emocional.

É isso! A afantasia é um exemplo incrível de como nosso cérebro pode processar o mundo de maneiras diferentes. Aliás, você sabia que tem gente que tem medo de patos? Isso mesmo, conheça essa e outras fobias estranhas. Até a próxima!

Bárbara Luísa

Graduada em Letras, possui experiência na redação de artigos para sites, com foco em SEO. Meu foco é proporcionar uma experiência agradável ao leitor.

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