Criogenia: corpos congelados podem voltar à vida?

Criogenia: como trazer corpos congelados de volta à vida?

A partir da criopreservação espera-se que um corpo humano congelado possa ser ressuscitado em um futuro de alto desenvolvimento tecnológico.

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criogenia
Fonte: Freepik

A criogenia consiste em um campo científico que emprega temperaturas extremamente baixas (-273,15°C) com o intuito de conservar células, tecidos e órgãos. Este método, ainda em fase de aprimoramento, tem como objetivo interromper o processo de decadência biológica, viabilizando a potencial ressurreição desses componentes.

Desse modo, a ideia é que as baixas temperaturas evitem a deterioração do material congelado. E, assim, por meio dos avanços tecnológicos na área médica, o material possa ser reanimado.

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Mas, e se te disséssemos que a técnica de criogenia já está sendo empregada para congelar corpos humanos, você acreditaria? Isso mesmo! Algumas empresas já são líderes no segmento de criopreservação de corpos humanos com o objetivo de ressuscitá-los quando a ciência tiver avançado o suficiente para trazê-los de volta à vida.

Como funciona a criogenia?

Em termos simples, a técnica da criogenia consiste na redução gradual da temperatura de um material até alcançar níveis extremamente baixos. Geralmente, fazendo uso de gases como nitrogênio líquido ou hélio líquido.

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Tais gases possuem a habilidade de alcançar temperaturas extraordinariamente baixas sem passar para o estado sólido, o que os torna excelentes para o processo de criopreservação.

Após alcançar a temperatura almejada, o material é depositado em recipientes especialmente desenvolvidos, denominados ‘criotanques’, onde permanece em um estado de suspensão até que sua utilização se faça necessária.

Algumas das aplicações da criogenia

Preservação de órgãos: a criogenia pode ser utilizada para armazenar órgãos para transplantes, aumentando a disponibilidade de órgãos viáveis e salvando vidas.

Criopreservação de embriões e óvulos: essa técnica permite que pessoas adiem a gravidez ou preservem sua fertilidade para o futuro.

Pesquisa médica: a criogenia facilita o estudo de doenças e o desenvolvimento de novas terapias. Dessa forma, permite que os cientistas analisem células e tecidos em diferentes estágios de desenvolvimento e degeneração.

Criônica: um dos campos mais controversos da criogenia é a criônica, que busca preservar corpos humanos após a morte com a esperança de reanimá-los e curá-los de doenças atualmente incuráveis no futuro.

A história da criônica e o segredo da imortalidade

A criônica diz respeito a uma técnica que busca conservar corpos ou cérebros humanos após o falecimento, empregando temperaturas extremamente frias para deter a deterioração dos tecidos. 

A ideia de preservar corpos após a morte para uma eventual ressuscitação remonta à antiguidade. Mas foi somente no século XX que a criônica começou a ser desenvolvida.

O primeiro grande impulso veio em 1962, quando Robert Ettinger publicou o livro The Prospect of Immortality. Na obra o autor defendia a ideia de congelar corpos para preservá-los até que a tecnologia médica avançasse o suficiente para revivê-los.

O professor, um ávido leitor de ficção científica, via com entusiasmo a perspectiva de ressuscitar corpos humanos. Sua obsessão pela imortalidade pode ter sido intensificada por sua experiência como soldado na Segunda Guerra Mundial.

A proposta de Ettinger atraiu o interesse de muitos, e na década de 70, nos Estados Unidos, já havia seis empresas de criônica operando. O professor faleceu em 2011, aos 92 anos, e seu corpo foi submetido à criopreservação.

Como funciona a criônica?

Após a declaração da morte clínica, o corpo é resfriado rapidamente utilizando nitrogênio líquido ou outro agente criogênico. Em seguida, é transportado para uma instalação de criônica, onde é submetido a um processo de criopreservação, que consiste na redução da temperatura para próximo do zero absoluto (-273,15°C).

O corpo é então armazenado em um tanque criogênico, onde permanece em espera. Mas fica a questão, será que é possível reviver corpos congelados?

Estamos perto de ressuscitar corpos congelados?

De fato, segundo os princípios básicos da criogenia, as temperaturas extremamente baixas oferecem condições que permitem a conservação dos tecidos por períodos prolongados.

Esse processo é conhecido como criopreservação e é empregado não apenas para corpos humanos, mas também para sangue e medula óssea. No entanto, há uma grande diferença entre conservar sangue e preservar um corpo humano inteiro.

Desse modo, o primeiro objetivo é comprovar a viabilidade da criopreservação de órgãos humanos para transplante. No entanto, até o momento, não dispomos de qualquer evidência que corrobore essa possibilidade, ao menos, não em humanos.

Ainda assim, o anseio pela imortalidade levou muitas pessoas a desembolsarem grandes quantias para submeterem seus corpos à criônica.

Vale ressaltar que esse procedimento não é e jamais será acessível a todos, sendo que há quem chegue a pagar quase 1 milhão para congelar e preservar seu corpo inteiro. Vale dizer que existem modalidades ‘mais baratas’ em que somente a cabeça é congelada pelo valor de aproximadamente R$ 390.000,00. A ideia é que as cabeças humanas, no futuro, sejam ressuscitadas e façam parte de corpos robóticos.

Mas e você, o que acha da possibilidade de trazer corpos que já morreram de volta à vida após anos congelados? Acha que a criônica é uma luz no fim do túnel ou só mais uma promessa fracassada de imortalidade?

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Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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