Descubra o que é a síndrome de Estocolmo

Síndrome de Estocolmo: quando o cativeiro gera afeto

Os sintomas podem variar de acordo com a situação traumática e a personalidade da vítima.

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síndrome de Estocolmo
Fonte: Freepik

Imagine a seguinte situação: você é sequestrado, mantido em cativeiro, sob constante ameaça. Provavelmente, você sentiria medo e repulsa. Mas, em alguns casos, o que acontece é o desenvolvimento de uma ligação emocional, conhecida como síndrome de Estocolmo.

Sem dúvidas, a síndrome de Estocolmo é um fenômeno psicológico intrigante que tem sido objeto de estudo e fascínio por décadas. Até porque essa aparente inversão de papéis desafia as expectativas sobre como os indivíduos respondem ao trauma e à coerção.

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O que é a síndrome de Estocolmo?

A síndrome de Estocolmo se caracteriza pelo desenvolvimento de um vínculo emocional positivo entre a vítima e o agressor em situações de trauma e abuso. Essa ligação desafia nossa compreensão do comportamento humano e levanta questões sobre a psique humana em situações extremas.

A história por trás do nome é tão peculiar quanto o próprio distúrbio. Em 1973, um assalto ao banco na capital da Suécia, Estocolmo, se transformou em um drama de seis dias. Os reféns, após serem libertados, demonstraram uma inesperada simpatia pelos seus captores.

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Inclusive, eles se recusaram a colaborar com a polícia e até mesmo ajudaram os ladrões a escapar. Assim, esse comportamento, nunca antes documentado, chamou a atenção de especialistas e deu origem ao termo “síndrome de Estocolmo”.

Desde então, o distúrbio foi observado em diversos outros casos de sequestro, cárcere privado e até em situações de abuso e violência doméstica. Aliás, as explicações para essa complexa relação entre vítima e captor são variadas e ainda objeto de estudo.

Uma teoria sugere que a síndrome de Estocolmo seja uma forma de mecanismo de defesa da vítima. Ou seja, ao demonstrar afeto e simpatia pelo agressor, a vítima busca reduzir a ameaça e aumentar suas chances de sobreviver.

Além disso, outro fator importante é a sensação de isolamento e dependência que a vítima experimenta. Sendo privada de sua liberdade e contato com o mundo exterior, ela se torna vulnerável à manipulação do captor. O agressor, por sua vez, pode usar atos de gentileza ou concessões para criar um sentimento de gratidão e lealdade na vítima.

Dessa maneira, a síndrome de Estocolmo não se limita a casos extremos de sequestro. Muitas vezes, ela pode se manifestar em diferentes contextos, como em relações abusivas, ambientes de trabalho hostis ou até mesmo em cultos religiosos.

Quais os sinais?

A síndrome de Estocolmo é um fenômeno psicológico complexo que pode se manifestar de várias maneiras. Dessa forma, reconhecer os sinais desta condição se torna importante para identificar e lidar com situações potencialmente perigosas.

Assim, o principal sinal é desenvolver sentimentos positivos em relação ao agressor, como afeto, simpatia, gratidão, lealdade e até mesmo amor. Além disso, defesa das ações, minimização da gravidade da situação e recusa em reconhecer o abuso. Assim como o desejo de proteger o agressor e a relutância em cooperar com as autoridades.

O que gera, então, sentimentos negativos em relação às autoridades. Por exemplo, desconfiança, hostilidade e ressentimento em relação à polícia, familiares e amigos que tentam ajudar. E, claro, a recusa em aceitar ajuda e crença de que as autoridades não são confiáveis ou não entendem a situação.

Outro sinal está relacionado à negação do trauma, minimização da gravidade da situação e recusa em reconhecer o abuso como tal. Insistência em dizer que a situação não é tão ruim quanto parece e, consequentemente, culpabilização da vítima por sua própria situação.

Além desses sinais, também é possível identificar uma dificuldade em se separar do agressor, o que a torna dependente emocional e física. Inclusive, a vítima tem medo de abandoná-lo, mesmo reconhecendo o abuso. E, por fim, dificuldade em reintegrar-se à vida normal após a libertação do cativeiro.

Exemplos da síndrome de Estocolmo

No clássico thriller psicológico “O Silêncio dos Inocentes” (1991), a jovem agente do FBI Clarice Starling precisa capturar um serial killer apelidado de Buffalo Bill. Para isso, ela pede ajuda do brilhante, porém canibal, Dr. Hannibal Lecter, preso em um hospital psiquiátrico.

Ao longo de suas entrevistas, uma relação complexa se desenvolve entre Clarice e Hannibal. Assim, ele a manipula psicologicamente, enquanto ela tenta desvendar sua mente distorcida. Gradualmente, um vínculo de confiança e até mesmo afeto surge entre os dois.

Já na série espanhola “La Casa de Papel”, um grupo de assaltantes liderados pelo Professor invade a Casa da Moeda Real e faz os funcionários de reféns. Durante o cerco policial, uma relação complexa se desenvolve entre Denver, assaltante, e Mónica.

Ao longo da série, Mónica, inicialmente uma refém, desenvolve uma ligação emocional com Denver, passando a colaborar com a gangue e a se envolver mais profundamente em seus planos. Inclusive, recebe o apelido de Estocolmo quando se torna uma aliada.

Enfim, é importante compreender a síndrome de Estocolmo para que possamos ajudar alguma vítima. E por falar em situações enigmáticas, descubra quais são os mistérios dos espaços liminares, como é estar entre dois mundos. Até breve!

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Bárbara Luísa

Graduada em Letras, possui experiência na redação de artigos para sites, com foco em SEO. Meu foco é proporcionar uma experiência agradável ao leitor.

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