Entenda o fenômeno da água morta que prende navios no mar

Desvende o fenômeno da água morta, o responsável por prender navios no mar

A água morta pode ter influenciado eventos históricos, como a Batalha de Actium em 31 a.C.

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água morta
Fonte: Freepik

A água morta é um fenômeno natural que tem despertado curiosidade em marinheiros e cientistas ao longo dos séculos. Pense em estar em alto mar, com o oceano aparentemente calmo, os motores do navio funcionando perfeitamente, e ainda assim, o navio se nega a se movimentar.

Essa experiência frustrante foi descrita por exploradores como Fridtjof Nansen, que nomeou o enigma em 1893. Mas a causa para este evento, que antes era creditada a pequenos peixes presos nos casos dos navios, está em um encontro peculiar. Seja este: a confluência de massas de água com diferentes densidades, geralmente água doce e salgada. Entenda mais a seguir!

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O que é água morta?

A água morta consiste em um fenômeno hidrodinâmico que se manifesta quando uma porção da água do mar quase para de se mover, apesar da agitação na superfície. Esta seção aquática parece inerte em comparação com as áreas ao redor, criando desafios para a navegação e potencialmente resultando em situações perigosas em alto mar.

Acredita-se que este curioso fenômeno tenha desempenhado um papel em eventos históricos, como a Batalha de Actium em 31 a.C.. Nela, a frota marítima de Marco Antônio foi supostamente retida em uma área de água morta, contribuindo para a vitória de Octávio.

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Origem do fenômeno água morta

Em 1893, o explorador da Noruega, Fridtjof Nansen, começou uma viagem ao Polo Norte. O que o tornou famoso mundialmente por estabelecer um novo marco de latitude nesta área.

Enquanto estava navegando nas águas árticas ao norte da região da Sibéria, o explorador percebeu que seu navio, o Fram, sem motivo aparente passo a reduzir a velocidade, mesmo com os motores funcionando a toda capacidade.

O explorador caracterizou o acontecimento como uma espécie de ‘força enigmática’ que prendia sua embarcação, tornando difícil sua habilidade de manobrá-la. Nansen foi o pioneiro em presenciar esse fenômeno, ao qual ele denominou de água morta.

Como funciona este fenômeno?

Normalmente, a água morta surge devido à interação entre correntes oceânicas e condições atmosféricas particulares. Em regiões onde correntes intensas se encontram com ventos fracos, a camada superior da água avança enquanto a camada inferior permanece parada, gerando uma disparidade de velocidade entre elas e originando o fenômeno.

É possível observar o fenômeno em várias regiões ao redor do globo, incluindo fiordes, estuários e a barra de rios. Desse modo, lugares caracterizados por mudanças significativas na salinidade e por correntes marinhas vigorosas tendem a apresentar maior probabilidade de ocorrência da água morta.

Fenômeno da água morta e a esteira

Os físicos, matemáticos e engenheiros de fluidos da França, utilizaram uma catalogação matemática de diversos tipos de ondas e analisaram algumas imagens em experimento em uma escala subpixel a fim de examinar o fenômeno.

No estudo científico publicado na revista PNAS, os pesquisadores chegaram à conclusão de que as oscilações de velocidade observadas por Ekman são causadas pela criação de ondas. Estas operam de forma análoga a uma ‘esteira’, influenciando o movimento dos navios.

Assim, os especialistas enfatizaram que o fenômeno não se restringe apenas a regiões de  geleiras. Isso porque acontece em todos oceanos e mares onde ocorre a interação de águas de densidades distintas. De forma interessante, este estudo não teve o objetivo de elucidar o que ocorreu com Nansen há mais de cem anos. Mas de investigar um enigma de origem ainda mais remota.

Assim, a pesquisa integra um amplo projeto que busca compreender o motivo pelo qual, no decorrer da Batalha de Actium (em 31 a.C.), os navios menores do ‘Imperador César, filho do Divino’ derrotaram as poderosas embarcações Marco Antônio e Cleópatra.

Os pesquisadores franceses acabaram por se indagarem se a região da Baía de Accio, que apresenta semelhanças com um fiorde, poderia ter retido a frota egípcia em águas mortas. Agora, uma nova hipótese surgiu para elucidar essa derrota histórica. Esta, anteriormente, era associada às rêmoras, peixes pequenos que alegadamente se fixavam ao casco das embarcações, conforme a tradição.

Tá na mão! Já conhecia o fenômeno água morta? Insano, não? Esperamos que tenha gostado deste post. Agora, se quer acompanhar mais curiosidades como essa, você está no lugar certo! Que tal conhecer os segredos do Triângulo das Bermudas? Até a próxima!

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Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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